Prezados amigos e visitantes do blog Showroom Imagens do Passado!
Nesta postagem, vamos falar mais uma vez sobre os antigos salões do automóvel que aconteceram no nosso país, nas décadas passadas.
Chegamos à quinta parte deste assunto e a exposição da vez é o Salão do Automóvel de 1964, realizado no Parque do Ibirapuera entre os dias 27 de Novembro e 13 de Dezembro daquele ano.
Neste salão comemorou-se o lançamento do milionésimo veículo fábricado no Brasil e o início da realização bienal da feira.
A indústria trazia melhoramentos mecânicos, como a caixa de câmbio com quatro marchas sincronizadas no Aero Willys 2600, o sistema Lubrimat, que misturava automáticamente óleo e gasolina para o motor de dois tempos do DKW-Vemag e a suspensão pneumática para os ônibus da linha FNM.
A Brasinca apresenta o GT 4200 e a General Motors do Brasil, exibia o novo conceito de veículo utilitário, a perua Veraneio.
Cerca de 160 expositores participaram no salão daquele ano e a estimativa foi de que mais ou menos um milhão de pessoas estiveram presentes, percorrendo os corredores e estandes da montadoras.
Uma das grandes atrações do salão daquele ano foi o protótipo Willys Capeta, primeiro automóvel projetado e construído no Brasil. Um Gran Turismo seguindo os conceitos de estilo e distribuição de volumes dos anos 60.
Tinha um motor derivado dos modelos de linha, porém com algumas modificações para ser um legítimo carro esporte.
Outra grande atração do estande da Willys Overland do Brasil, foi o novo Aero Willys 2600 1965 reestilzado com sua nova traseira, parachoque redesenhado, portamalas mais amplo e com a caixa de câmbio de quatro marchas sincronizada.
Além da nova caixa de mudanças com quatro marchas sincronizadas, a Willys Overland do Brasil, continuou fornecendo a caixa de mudança com três marchas, também sincronizadas.
O Aero Willys 1965, também veio com novidades na sua suspensão dianteira, como molas helicoidais auxiliadas por amortecedores telescópicos de dupla ação.
As outras novidades do Aero Willys 2600 1965, foram as buchas de nilon no sistema de direção para eliminar atritos, freios com tambores mais leves e aletados, pedais de comando mais baixos, aro de buzina inteiriço, trava de direção opcional, assentos mais baixos, com molas mais suaves, cores de carroceria e estofamento que podiam ser combinados de acordo com o gosto do cliente.
A Rural Willys também recebeu algumas melhorias para a linha 1965, tais como, suspensão dianteira com molas helicoidais, caixa de mudanças melhorada, passando agora a ser sincronizada.
A Rural com tração nas quatro rodas também foi melhorada, passando a ter uma alavanca de mudanças na coluna de direção e uma no painel para comandar ao mesmo tempo a tração dupla e a reduzida. E a pick-up com tração nas quatro rodas podia vir equipada com caixa de quatro velocidades.
Também foram expostos neste estande três Willys Interlagos, duas Rurais, três Gordinis, duas pick-ups e dois Jipes.
Logo atrás, do estande da Willys Overland do Brasil, estava o estande da Brasinca, que apresentou o novíssimo Brasinca 4200 GT.
O Brasinca 4200 GT, vinha equipado com motor Chevrolet de 155 HP, com consumo de 6,5 Km/L.
Possuía câmbio de três velocidades e opcionalmente câmbio de quatro marchas sincronizadas, diferencial Chevrolet e tração positiva.
A suspensão dianteira era igual do Chevrolet Corvette 1962, e a traseira era equipada com molas helicoidais, quatro barras longitudinais compensadoras de torque, além de uma barra de localização transversal, tipo Panhard. Vinha equipado com freios Bendix, tambores de 11 polegadas, embreagem Borg & Beck.
Possuía dupla alimentação por bomba mecânica e bomba elétrica auxiliar e três carburadores SU-H6, no interior bancos reclináveis e painel completo com conta-giros .
No III Salão do Automóvel que aconteceu no ano de 1962, a Vemag teve como grande atração o Fissore, como nós explicamos na postagem sobre o salão daquele ano.
No salão de 1964 o Fissore também estava por lá, e foi apresentado com novas cores, tais como: Branco Saint Moritz, Marfim Tanganica, Vermelho Monte Carlo e Preto Senegal.
Uma das grandes novidades da Vemag, apresentada no Salão do Automóvel de 1964 foi o sistema Lubrimat que foi incorporado ao Belcar e ao Vemaget como item de série.
Na foto acima está um esboço do sistema Lubrimat, apresentado pela Vemag no Salão do Automóvel de 1964.
Motor equipado com o novo sistema Lubrimat exposto com pleno funcionamento no salão de 1964.
O sistema Lubrimat, era um recepiente alojado ao lado do motor, com a finalidade de evitar a mistura de óleo com combustível no carro.
Bastava encher uma vez ou outra o tanque de óleo localizado junto ao filtro de ar e pronto.
A outra novidade da Vemag para o Salão de 1964 foi a mudança do nome 1001, para Rio em homenagem ao quarto centenário do Rio de Janeiro.
No Belcar e Vemaget, as novidades foram a grade redesenhada, estofamentos em napa, separadores de polietileno entre as molas, freios mais eficientes, filtro de ar tubular, comando de embreagem mais suave, maior area coberta pelos limpadores de pára-brisa, frisos nos revestimentos internos das portas, bancos dianteiros da Vemaget Rio, individuais e reguláveis e o novo sistema Lubrimat que passou a ser item de série.
Os nomes das cores, também faziam parte da homenagem ao quarto centenário do Rio de Janeiro, sendo elas, Branco Arpoador, Castanho Tijuca e Azul Copacabana.
A Vemag, apresentou no seu estande naquele ano dois Belcar-Rio, uma Vemaget-Rio, dois Fissores, um táxi, um fórmula Júnior e um motor equipado com o novo sistema Lubrimat em pleno funcionamento.
Nestas três fotos nós temos uma bela vista do estande da Vemag naquele ano, com motivos cariocas vamos dizer assim em função do lançamento dos modelos comemorativos ao quarto centenário do Rio de Janeiro. Como nós podemos ver o piso do estande recebeu decoração em alusão as calçadas da praia de Copacabana.
Também foi exposto no estande da Vemag no Salão do Automóvel de 1964 o protótipo GI construído em chapa que deu origem ao molde tipo IV, originando o mais famoso dos DKW Malzoni.
Tinha painel de Fissore, volante esportivo, assentos de berlineta, chassi encurtado e visibilidade panorâmica.
Este carro só ficou pronto, nos últimos dias do Salão do Automóvel de 1964, motivo pelo qual poucas pessoas o viram em exposição.
Este carro era do próprio Rino Malzoni, que ficou com ele durante muitos anos, até que deu ele de presente de casamento para sua filha.
No estande da General Motors do Brasil, a grande atração foi o lançamento da perua C1416, construída a partir do chassi das pick-ups já existentes na linha.
O novo veículo da General Motors do Brasil, com quatro portas, possuía caixa de três marchas sincronizadas, estofamento de plástico e napa, cabine isolada contra frio, calor e poeira, pára-brisa panorâmico e belas linhas. Este utilitário de luxo da General Motors do Brasil, que por muitos anos não teve nenhum concorrente direto, tinha um motor de seis cilindros, 142 HP, baixa rotação. mais econômico e com troca de óleo estimada para cada 6.000 Km.
Possuía um grande compartimento para bagagem, a tampa traseira abria totalmente para cima e acomodava facilmente seis pessoas. Além de uma perua de luxo, era também um utilitário robusto e potente,com seu diferencial de tração positiva
Neste estande foram expostos quatro peruas, duas pick-ups, uma cabine dupla e um caminhão.
A General Motors do Brasil, também apresentou neste salão, a camioneta Chevrolet C-1504 (pick-up), que recebeu assento com espuma, painel moderno, partida na própria chave, volante luxuoso, teto da cabine feito de material isolante e suspensão dianteira com molas espirais. Motor com filtragem de óleo, com previsão para troca de óleo de 6.000 em 6.000 Km.
Outra grande novidade apresentada pela General Motors do Brasil no Salão do Automóvel de 1964 foi o chassi mais longo para as pick-ups, disponibilizando assim maior capacidade de carga.
A Mercedes-Benz, também esteve presente no Salão do Automóvel de 1964 e lançou os modelos L-LK- LS 1111, com algumas modificações no desenho da cabine do motorista.
A Mercedes-Benz, apresentou também, 11 caminhões com carrocerias diversas, dois chassis e um ônibus monobloco.
No estande da Simca do Brasil, nada de modelos ao lado dos carros e sim atendentes masculinos dando atenção aos clientes, ajudados por um circuito fechado de televisão que mostrava a prova do Simca Tufão de competição heróico e bastante avariado nas ruas de Brasília, que também estava exposto no salão .
Neste espaço estavam expostos dez carros Simca, entre eles, o Fórmula Júnior, Simca Presidence, o modelo mais luxuoso da linha, que para aquelas pessoas que tinham motoristas particulares, disponibilizava a opção de um vidro para dividir o compartimento em duas partes e também a Simca Jangada.
Entre as novidades da linha Simca para 1965 estavam, o novo pára-brisas dianteiros com maior área envidraçada na Simca Jangada assim como os demais veículos da linha, novo motor, e novo estofamento mais ventilado feito especialmente para ela.
Também estava presente entre as inovações a ignição transistorizada, chave de partida na barra de direção, alças de apoio no teto, novas fechaduras, maçanetas e aro de buzina.
O Simca Chambord, ganhou comando duplo no carburador para render mais em altas velocidades e no modelo Rallye reduções de comando elétrico que dava ao motorista uma variação mais ampla de velocidade.
No Salão do Automóvel de 1964, a Fábrica Nacional de Motores (FNM), lançou o FNM -2000 Turismo Internacional Brasileiro (TIMB), para 1965.
Este carro tinha motor de quatro cilindros, com ignição transistorizada, caixa de mudanças com cinco marchas sincronizadas,
Atingia a velocidade máxima de 165 Km/h, com no máximo cinco pessoas dentro do carro mais a bagagem.
Em destaque nesta foto o conjunto mecânico exposto pela Fábrica Nacional de Motores.
Caminhão FNM adaptado com caçamba tombadeira exposto no estande da FNM no salão daquele ano, no lado direito ao fundo uma vista do estande da Mercedes-Benz.
A Fábrica Nacional de Motores (FNM), também apresentou um caminhão adaptado para serviços de limpeza pública e um ônibus montado pela carrocerias Grassi, além do TIMB como nós falamos logo acima , sem contar o ex-JK , rebatizado como FNM 2000.
No lado de fora, na saída do pavilhão de exposições estava exposto um ônibus FNM, montado sobre o chassi D-11000 com motor Diesel, caixa de quatro marchas, encarroçado pela Grassi , mais um caminhão FNM e também alguns FNM 2000 TIMB.
Prezados Amigos!
As fotos do estande da Fábrica Nacional de Motores no Salão do Automóvel de 1964, vieram do blog Antigos Verde Amarelo, do amigo Guilherme Costa Gomes.
Que é também um grande militante e pesquisador do resgate tanto de fotos antigas, como também as fotos de salões do automóvel.
Essas mesmas imagens fazem parte do " Alfa Romeo - Archivio Storico " , na cidade de Arese, na Itália, e possuem uma história muito interessante que foi contada no blog citado acima.
Logo após a realização do Salão, o "Dr. Eng. Mario Savioa" enviou uma carta à Itália justamente com essas preciosas fotos, que foram descobertas quase 50 anos depois pelo Renato Cunha em uma visita ao "Archivio" e foi ele também quem enviou essas fotos para o amigo Guilherme.
Sem sombra de dúvidas o IV Salão do Automóvel de 1964 foi um grande sucesso seja pela grande quantidade de inovações apresentadas e também pelos modelos novos ali expostos.
A Scania-Vabis não apresentou novos modelos no Salão do Automóvel de 1964 e compareceu a feira com seus peso-pesados especiais e motores para a indústria.
Três veículos foram expostos no estande da Scania-Vabis , sendo eles, o LT-7650, construído especialmente para campos de petróleo e apropriado para rodar fora da estrada com um peso total, incluindo a carreta de quarenta toneladas.
Vinha equipado com caixa de cinco marchas, sendo uma à ré, duplo diferencial, rodas raiadas, dois tanques de combustível.
A Scania-Vabis apresentou também, o caminhão LS-7650, com reboque para carga pesada seca, que também podia ser transformado em caminhão tanque e o terceiro caminhão apresentado foi um L-7638, com betoneira.
Além dos três caminhões a Scania-Vabis apresentou também um motor indústrial para tomada de força, movimentação de bombas e de máquinas com a adaptação de polia, mais um grupo gerador.
A Centauros voltou ao Salão do Automóvel e apresentou seu novo Jipe em duas versões a milico estilo militar e a versão agrária com chassi mais longo e carroceria em forma de pick-up com maior capacidade de carga.
Além dos diversos estandes de autopeças, empresas de petróleo e de pneus, também ocorria uma pequena exposição com alguns carros antigos dentro do mesmo evento.
Sendo oito os carros ali expostos , do Isotta Fraschini 1921 ao Ford 1919, passando por Hispano Suiza 1911, Overland 1906, Rolls-Royce 1926, Auburn 1928, Packard 1930, e Lancia Lambda 1929 conversível.
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Fonte das Imagens:
Livro Salão do Automóvel Trinta Anos de História
(Acervo pessoal de Artur Santieiro)
Revista Quatro Rodas - Edições 52,53 e 54
(Coleção Digital4 Rodas)
Site:
Texto baseado em informações extraídas das edições 52,53 e 54 da Revista 4 Rodas- Coleção Digital.
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Um comentário:
Prezado Maurício,
Meus parabéns. Que fotos fantásticas! Verdadeiras preciosidades.
Obrigado por divulgá-las.
Grande abraço para você, para meu amigo Mário Cézar Buzian e para a Turma do Sul.
Carlos A. Castilho
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