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sábado, 6 de novembro de 2010

V Salão do Automóvel de 1966 - 1ª PARTE

Prezados amigos e visitantes do blog Showroom Imagens do Passado!

    O  V salão do automóvel , realizou-se entre os dias 25 de Novembro e 11 de Dezembro de 1966, no Parque do Ibirapuera em São Paulo.

Placa comemorativa ao V Salão do Automóvel
e aos dez anos da indústria automobilística brasileira.
    Este salão coincidiu com a comemoração dos dez anos da indústria automobilística brasileira e mais uma vez foi realizado no mesmo local.
   Em uma área de mais de 25.000 m² cerca de 160 expositores mostraram os seus novíssímos produtos, ligados a indústria automobilística brasileira e cerca de um milhão de pessoas estiveram presentes.
    Foi um grande evento repleto de novos lançamentos, tanto nos modelos apresentados pelas montadoras, quanto no quesito tecnológico e também  pela grande gama de acessórios diponíveis no mercado.
    Consolidando cada vez mais a indústria automobilística do país.
    Como foi falado logo acima, foi um ano de grandes lançamentos da nossa indústria e à partir daqui meus amigos vamos mostrar algumas grandes estrelas que foram apresentados nesta grande festa.


Lançamento do Ford Galaxie no V Salão do Automóvel de 1966 .
(Fonte das Imagens: Acervo pessoal de Dino Dragone)
   
    A grande atração do V Salão do Automóvel de 1966, foi o Ford Galaxie , veículo este que lançou a Ford do Brasil na faixa de carros de passeio  no mercado nacional, apresentando assim um produto que segundo a própria Ford do Brasil oferecia maior requinte e qualidade de acabamento que o seu irmão norte-americano, pois a menor produção  permitiria um cuidado e um bom controle de qualidade.
    Ha muito esperava-se que a Ford viesse a fabricar aqui no Brasil, um dos seus modelos norte-americanos.
    Depois de muitos estudos a Ford do Brasil  optou pelo Galaxie, pois alguns fatores muito importantes tais como o aproveitamento de componentes mecânicos já fábricados aqui no Brasil seriam utilizados nele.
    O grande dia chegou e o Ford Galaxie, primeiro grande carro brasileiro, com todos os detalhes e confortos  da indústria norte-americana foi apresentado no belo estande preparado pela Ford do Brasil.
    Para tornar a festa de lançamento do Ford Galaxie ainda melhor, a Ford do Brasil, caprichou na apresentação do seu estande, onde diversos carros se encontravam expostos.
    Segue logo abaixo algumas maravilhosas fotografias da apresentação do Ford Galaxie no V Salão do Automóvel em 1966.
   

Fonte da Imagem: Acervo Digital  da Revista 4 Rodas.
Fonte da Imagem:  Revista Mecânica Popular
 ( Acervo pessoal do colaborador Tio Lin )

Fonte da Imagem: Site da Revista Mecânica On-line
    Porém não foi somente o Ford Galaxie que a Ford do Brasil apresentou no V Salão do Automóvel, pois seus veículos utilitários também estiveram presentes mostrando os últimos aperfeiçoamentos dos modelos que se projetaram através dos anos.
    La estavam expostos  a pick-up F-100, o caminhão médio F - 350 e o caminhão de grande porte da Ford o F- 600.

Ford F-100

Caminhão Ford F-350

Caminhão Ford F-600


    A Willys Overland do Brasil esteve presente ao V Salão do Automóvel com uma grande variedade de produtos, expostos em um dos maiores estandes da feira, apresentando duas linhas distintas de modelos, a de veículos comerciais,  a de produtos promocionais, onde estavam localizados as grandes novidades da marca.
Fonte da Imagem: Site da Revista Mecânica On-line
    Entre os veículos expostos o Itamaraty Executivo, o Alpine Especial, uma Berlineta Especial e um protótipo de competição com motor entre eixos, além de um monoposto Fórmula 3 de corrida
     A maior atração do estande da Willys foi  o Itamaraty Executivo, que apesar de ser baseado no modelo lançado em 1966, tinha distância entre-eixos maior, de modo a torná-lo  o carro brasileiro mais adequado às altas autoridades.
    Enquanto o Itamaraty normal possuía 2738 mm de distância entre-eixos e 4811 mm de comprimento, o Executivo  tinha  3449 mm entre eixos e 5522 mm de comprimento.
    Dentre os detalhes exclusivos do Executivo  estavam: Painel divisor de vidro entre os compartimentos do motorista e dos passageiros com mecanismo elétrico para levantar o vidro, bancos laterais no compartimento de passageiros,vidros ray-ban e vidros a prova de balas, ar condicionado como equipamento de linha, gravador de fita no compartimento dos passageiros, barbeador elétrico no  compartimento dos passageiros, diferencial com relação 4,27:1, novo alternador de 12 volts.

Fonte da Imagem: Livro Salão do Automóvel Trinta Anos de História
(Acervo pessoal do colaborador Artur Santieiro )

Interior do Itamaraty Executivo mostrando o banco e o cinzeiro laterial do presidencial.


    Nas três fotos acima, nós podemos ver o aparelho de rádio no compartimento de passageiros, um gravador de fitas junto com o rádio no console central e o sistema de distribuição do ar.  

 A Willys também apresentou neste salão o seu novo protótipo chamado de Bino e o novo Fórmula 3, excepicionalmente aprimorado em relação ao seu antecessor.

    O protótipo Willys 1300 foi construído no Departamento de Competição da Willys,  por Grecco, Toni Bianco e Brizzi, tinha um motor quatro cilindros de 1298 cc, de válvulas na cabeça colocado entre eixos.
    Tinha também caixa de câmbio de quatro marchas, embreagem monodisco, suspensão e sistema de direção do Gordini .
    Freios dianteiros a disco e traseiros a tambor e rodas de magnésio de 13 polegadas com tala de 7,5 polegadas.
    As duas portas tem vidros fixos arredondados e esverdeados assim como o pára-brisas dianteiro.
    A bitola dianteira tinha 1,25 metros e a traseira 1,22 metros. O tanque tinha capacidade para  50 litros de gasolina , o cárter levava 4,5 litros de óleo, a caixa de câmbio 1,6 litros e o sistema de refrigeração 13 litros de água.

    O Aero Willys também estava exposto, trouxe mudanças estéticas tais como as novas sinaleiras e
pára-choques traseiro, sistema de direção  mais macio e mais obediente e novo estofamento que poderia ser de couro legítimo opcionalmente.

    Assim como o modelo Executivo, o Itamaraty, também trouxe novos ítens de requinte, sendo alguns opcionais, tinha nova grade, novos frisos laterais e alguns novos detalhes de carroceria.
    A principal modificação foi com relação ao motor, cuja cilindrada passou para 3014cc, com 132 cv de potência.
    O Itamaraty 1967 também trouxe a nova disposição dos instrumentos, controles no painel, novo volante, novo pára-choque traseiro, novas calotas, bitola traseira com novas dimensões, trava na direção e outros melhoraments como o novo conjunto de embreagem.  

   
    Entre os utilitários, a Willys apresentou melhoramentos na Rural, pich-up e Jeep, tais como nova grade, nova direção, novo interruptor de setas, diferencial, rádio original, novas calotas, novo estofamento, caixa de direção, caixa de mudança de quatro marchas, instrumentos e controles redistribuídos,  relocalização dos pedais , diferencial antiderrapante, eixo flangeado traseiro, trava na direção, novas maçanetas internas .

    O Renault Gordini, agora intitulado Gordini III, apresentou como principal atração um equipamento opcional, o freio a disco.
    Além disso, o Gordini III mostrou como novidade, espelho retrovisor conjugado com lâmpada, novas sinaleiras traseiras, lanterna da placa embutida no pára-choque e uma nova buzina.

Outra presença ilustre no estande da Willys Overland do Brasil, foi o Alpine Especial, que era idêntico aos veículos do Departamento de Competição.

Nas duas fotos acima, painel de instrumentos e parte interna do Alpine Especial apresentado pela Willys Overland do Brasil no V Salão do Automóvel de 1966.




    No estande da Uirapuru, a Sociedade Técnica de Veículos Ltda, apresentou três versões do clássico GT, que já tinha conquistado belas vitórias  nas pistas nacionais.
    Dos três veículos expostos no estande estavam um conversível, um berlineta e um modelo fabricado especialmente para a Polícia Rodoviária.
    O modelo conversível chamou bastante atenção no estande pelo desenho da sua capota e pelas novidades estéticas, tais como a nova frente com faróis retangulares, uma nova grade, o novo escapamento com saída dupla em um lado só e os faroletes redondos.

   
    O painel e as maçanetas internas foram redesenhadas, sendo que o primeiro vinha equipado com um bar, o rádio era equipamento de série e os opcionais continuavam sendo:  câmbio de quatro marchas, comando mais forte, freios a disco , rodas de tala larga especiais, etc.   
    O motor recebeu um acréscimo de 7 cv, e contava agora com 162 cv à 4.500 R.P.M. .                                        
Fonte das Imagens: Acervo pessoal de Walter  Hahn Jr.

    O veículo construído especialmente para a Polícia Rodoviária, ou Perua  era derivado do Uirapuru Berlineta.
    Tinha toda a parte traseira redesenhada, a fim de ser aproveitado todo o espaço interno, onde se localizaria os equipamentos de radiocomunicação e mais um banco, além disso tinha rádio transmissor de longo alcance, maca para transporte de feridos, equipamento completo para combater incêndios e até duas metralhadoras embutidas nos faroletes dianteiros, acionados do interior do veículo.

    A Fábrica Nacional de Motores (FNM), também esteve presente no V Salão do Automóvel, com seu estande bem em frente ao da Uirapuru.
    A FNM, apresentou no seu estande, três modelos de automóveis de passeio, o FNM 2000, o FNM 2000 TIMB e o novo cupê FNM Onça 2000, que foi a grande sensação do seu estande, o caminhão pesado D-11000 com motor Diesel de 150 CV e o chassi de ônibus do mesmo modelo.

Caminhão FNM  D-11000 .


    A grande sensação do estande da Fábrica Nacional de Motores, o FNM Onça que foi projetado pelo " carrozzieri " Rino Malzoni e as linhas do protótipo exposto diferiam  algo das do primeiro modelo, bem como seu peso, aliviado agora em 300 quilos.
    O FNM Onça, seria vendido somente sob encomenda tendo assim uma produção limitada, sua carroceria era feita de fibra de vidro .
    A mecânica do FNM Onça, era a mesma do Alfa-Romeo 2000 e tinha as seguintes características: motor de quatro cilindros em linha, 1975 cc, taxa de compressão de 8,25:1 , 115 cv ( SAE) a 5.900 r.p.m.
    A carroceria que pesava 1.100 Kg, proporcionava uma relação peso/potência de 9,5 quilos por cavalo, proporcionando uma aceleração máxima de 175 Km/h.
    Os freios também eram os mesmo do Alfa-Romeo 2000, sendo que o sistema de freios à disco com dispositivo auxiliar a vácuo era opcional.
    O chassi era composto por uma plataforma de aço estruturado que, aliada a carroceria de fibra de vidro deveria formar um conjunto compacto e resistente.

Interior do FNM 2000 TIMB, com bancos reclináveis em couro e alavanca de mudanças no assoalho. 

    O FNM 2000, não apresentou nenhuma grande modificação para o ano de 1967, mantendo as linhas clássicas dos anos anteriores.
    Já o FNM 2000 TIMB, que era fabricado somente por encomenda, apresentou diversos aperfeiçoamentos com referência ao FNM 2000, tais como: ignição transistorizada, assentos dianteiros independentes, alavanca de mudança no assoalho, estofamento de couro e vidro traseiro ray-ban.



    A Vemag, esteve presente ao V Salão do Automóvel com seus modelos já conhecidos pelo brasileiro, porém com algumas modificações muito interessantes e de bom gosto.
    O Sedan Belcar e a caminhonete Vemaget, ganharam  faróis duplos, que agora eram , envolvidos por uma nova moldura e também uma nova grade, e também alguns melhoramentos mecânicos, sendo definida esses novos produtos da Vemag como " cara nova em corpo forte " , já que havia introduzido amplas  alterações de estilo, além dos faróis as lanternas laterais também mudaram.
    Com a mudança da parte dianteira, obteve-se maior área do capô para facilitar o acesso aos componentes mecânicos.
    No sistema elétrico também houve modificações, com a introdução do alternador de corrente no lugar do dínamo, com o que se assegura uma constante carga de bateria.
    As novas cores que a Vemag ofereceu para o  Belcar, Vemaget e o Fissore eram : cinza prata, bege areia, azul noturno, cinza sereno, verde mar e vermelho cereja.
    O Belcar, a Vemaget e o Fissore, foram novamente apresentados com o sistema Lubrimat.

Painel de instrumentos da linha para 1967

Interior do DKW-Fissore.

O PUMA, agora ex-Malzoni, também chamou bastante atenção no estande da Vemag.

    A Luminari apresentou no V Salão do Automóvel, inúmeras modificações em seu DKW-Malzoni.
    Começando pelo nome, pois o carro seria rebatizado de PUMA, denominação pela qual também a fábrica passaria a ser conhecida.
     Além do novo nome, o carro teve seu interior redesenhado, rebaixado a parte traseira sob o vidro, permitindo a colocação de um pequeno branco traseiro.

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Prezados amigos e visitantes!

    A base do  texto e as imagens mostradas nesta primeira parte sobre o V Salão do Automóvel, foram extraídas dos três exemplares de revistas mostrados logo acima e também do livro Salão do Automóvel Trinta Anos de História, algumas fotografias fazem parte do acervo de algumas pessoas mencionadas logo abaixo das mesmas ou de algum site especifíco também mencionado.



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5 comentários:

Mario Estivalet disse...

Que material fabuloso. Parabens.

Anônimo disse...

Essa parte que corresponde a essa década é das mais glamourosas,charmosas e ousadas da indústria nacional, incluía aí a Gurgel do Brasil? Os carros tupiniquins já queriam brilhar nas ruas. Hoje, cadê as marcas nacionais?

Unknown disse...

Prezados amigos!

Meu mais novo amigo e colaborador Mário Estivalet.
Se não fosse a sua grande colaboração me emprestando aquelas grandes relíquias do seu acervo, boa parte desta primeira postagem sobre o V Salão do Automóvel de 1966 não seria possível.
A você amigo anônimo, pode ficar tranqüilo, que na segunda parte do V Salão de 1966 mais carros nacionais estarão presentes.

Um forte abraço à todos!

Att: Maurício de Andrade Silveira
Administrador do Blog Showroom Imagens do Passado.

Anônimo disse...

Possuo o book original de fotos da wyllis do salão do automovel de 1966, caso HAJA interesse em adquiri-lo entre em contato através do tel.; (13) 98108-6150 Yim ou mande seu e mail para pnanegocios@hotmail.com
Muito Obrigado

Daniel Pardo disse...

É impressão minha ou na quarta foto do Galaxie tem uma haste embaixo dele como se ele fosse um daqueles carrinhos de autorama??